Contactada por governo francês, Renault estuda a produção de drones de guerra na Ucrânia
A montadora francesa Renault está discutindo com o Ministério da Defesa a possibilidade de se instalar na Ucrânia para produzir drones para os exércitos ucraniano e francês. A notícia foi divulgada pela própria empresa no domingo (8). O grupo insistiu que ainda "não tomou nenhuma decisão".
A montadora francesa Renault está discutindo com o Ministério da Defesa a possibilidade de se instalar na Ucrânia para produzir drones para os exércitos ucraniano e francês. A notícia foi divulgada pela própria empresa no domingo (8). O grupo insistiu que ainda "não tomou nenhuma decisão".
Por volta das 10h desta segunda-feira (9), as ações da companhia subiam 2,1%, cotadas à €43,89 euros na Bolsa de Valores de Paris, após a montadora francesa ter anunciado, na véspera, ter sido procurada pelo Ministério da Defesa francês para tratar da possibilidade de se estabelecer na Ucrânia a fim de produzir drones militares. Os dispositivos seriam destinados tanto ao exército ucraniano, que se defende da ofensiva russa, quanto o francês.
"Fomos contatados pelo Ministério das Forças Armadas. Houve discussões, mas nenhuma decisão foi tomada neste momento, pois aguardamos esclarecimentos sobre este projeto por parte do Ministério", disse a Renault à AFP.
De acordo com a rádio Franceinfo, que não forneceu detalhes sobre suas fontes, a Renault e uma PME francesa (pequena empresa) do setor de defesa iriam se associar a fim de planejar a abertura de linhas de produção localizadas "a algumas dezenas ou centenas de quilômetros da frente de batalha" na Ucrânia.
A informação surge dois dias após uma declaração do ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu, ao canal de televisão LCI, anunciando "uma parceria completamente inédita, na qual uma grande empresa produtora de carros franceses (...) unirá forças com uma PME francesa do setor de defesa para equipar linhas de produção na Ucrânia, tornando-as capazes de produzir drones".
Na entrevista à LCI, Sébastien Lecornu disse que não era necessário enviar funcionários franceses à Ucrânia para produzir esses drones, a algumas dezenas ou centenas de quilômetros da frente de batalha. Na Ucrânia, "já existem empresas ligadas ou comprometidas com os interesses franceses", "portanto, não há necessidade de pedir aos cidadãos franceses irem para lá", garantiu o ministro.
Os drones a serem produzidos nessa parceria, cujo modelo não foi especificado, servirão principalmente ao exército ucraniano, "mas também os compartilharemos com nossas próprias Forças francesas, para garantir um treinamento tático e operacional contínuo que reflita a realidade" do conflito na Ucrânia, explicou Sébastien Lecornu, na sexta-feira (6).
A Ucrânia pretende usar mais de 4,5 milhões de drones até final de 2025. Esses equipamentos são responsáveis por 70% da destruição feita em equipamentos inimigos na guerra.
O exército francês, que possui vários milhares de drones, busca se atualizar nessa área.
Para Sébastien Lecornu, os ucranianos "são melhores do que nós em sua capacidade de projetar drones e, acima de tudo, no desenvolvimento da doutrina correspondente". Os ucranianos também fornecerão retorno sobre como estão usando esses drones no conflito armado.